Dia 26 de junho é o Dia Mundial da Luta no Combate às Drogas.
O consumo abusivo de álcool em Alagoas é gritante e há pouco comprometimento dos poderes público estadual e municipal no sentido de uma campanha mais incisiva e na construção de locais adequados para o tratamento destes usuários. No Estado todo, só há um centro de atenção psicossocial de Álcool e outras drogas habilitado pelo Ministério da Saúde, o Caps ad na cidade de Palmeira dos Índios.Tecnicamente, os Caps I, e II, poderão receber esta demanda, mas não terão estratégias específicas para este cuidado que é particular.
O alcoolismo, síndrome da abstinência do álcool, é uma doença incurável. O A.A é um importante parceiro nesta luta, assim como outros segmentos, dentre eles a Fazenda da Esperança e,sobretudo o Ministério da Saúde,através do SUS,e com campanhas informativas. Maceió possui um Caps ad, e nas dependências do Hospital Portugal Ramalho há uma equipe especializada no tratamento do alcoolismo, através do Centro de Estudos à Atenção ao Alcoolismo e outras dependências, vinculado à Universidade de Ciências da Saúde de Alagoas. O Caps ad em Arapiraca, segunda cidade maior do Estado, está sendo viabilizado.
O Álcool é a droga (lícita) mais consumida no Brasil (70% nos adultos), em segundo lugar vem o tabaco, o uso combinado - segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca)) - “aumenta ainda mais o risco de câncer na faringe e na laringe,e é agente causal de cirrose hepática.O abuso causa doenças neurais, mentais, musculares, hepáticas, gástricas, e pancreáticas”. Isto sem falar nos questões sociais: acidentes de trânsito, homicídios, suicídios, absenteísmo no trabalho e atos de violência, notadamente a violência contra a mulher. Por ter efeito prazeroso, induz à repetição e, assim, à dependência.
Não há uma explicação sobre a etiologia do alcoolismo, na prática contata-se a hereditariedade. O uso tem início ainda na adolescência. Todos têm possibilidade de se tornar dependentes. A maior ou menor probabilidade dependerá da interação entre os diferentes fatores (biológicos psicológicos ou sociais). Segundo a OMS, entre os diversos fatores de risco estão: acessibilidade, influência grupal, conflitos familiares, fracos resultados escolares, versus apoio social, acontecimentos positivos na vida, capacidade de resistência à pressão social e capacidade de resolução de dificuldades.
A Agência Nacional de Saúde tem lutado contra a propaganda do álcool e do tabaco,e também outros segmentos. Entende-se que a mídia contribui para o consumo, em geral as imagens da droga sendo consumida apresentam-se associadas ao prazer, a lugares fantásticos, mulheres lindas, em detrimento da devastação física, psicológica e social que a dependência causa (o que é omitido).
O tratamento compreende a intervenção farmacológica, psicoterapia individual, de grupo e familiar, de ajuda mútua, motivacional, prevenção de recaída e apoio psicossocial à família do dependente.A equipe inclui: Psicólogo, Psiquiatra, Farmacêutico, Educador Físico, Nutricionista, Terapeuta Ocupacional, Pedagogo,Enfermagem,e Serviço Social. È preciso a participação comunitária por intermédio dos PSFs, NASFs e dos demais segmentos, considerando que a dependência é uma questão de saúde pública.
*É Psicóloga, especialista em Psicologia Hospitalar
(suzymauricio@hotmail.com).
Fonte: Secretaria Nacional Sobre Drogas